Imprimir Resumo


Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 677-1

677-1

RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS ISOLADOS DE LEITE DE VACAS COM MASTITE CLÍNICA E MASTITE SUBCLÍNICA

Autores:
Mirian Yuliza Rubio Cieza (UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS) ; Bruna Lourenço Crippa (UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS) ; Nathália Cristina Cirone Silva (UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS)

Resumo:
Staphylococcus aureus é um patógeno, associado a infecções intramamárias (mastite) persistentes em bovinos leiteiros. Uma das preocupações em relação a esse microrganismo, é o isolamento de cepas resistentes e multirresistentes, constituindo um alerta sanitário nas fazendas. O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência antimicrobiana de S. aureus isolados de leite de vacas com mastite clínica e mastite subclínica de 5 estados do Brasil. Foram analisadas 1468 amostras de leite. Todas as cepas características isoladas foram submetidas a testes de Gram, catalase e coagulase, e posteriormente, tiveram a confirmação da espécie através da pesquisa do gene nuc, que codifica a nuclease termoestável de S. aureus pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). A susceptibilidade antimicrobiana foi avaliada usando o método de difusão em ágar Muller Hinton com discos impregnados de gentamicina (10 μg), oxacillina (1 μg), cefoxitin (30 μg), tetraciclina (30 μg), eritromicina (15 μg), clindamicina (2 μg), tobramicina (10 μg), clorofenicol (30 μg) e penicilina (10 μg), a resistência antimicrobiana foi determinada de acordo com os parâmetros de CLSI, fazendo a caracterização como sensível (S) ou resistente (R). Os resultados da PCR mostraram 101 cepas positivas de S. aureus, sendo que 36% são provenientes de vacas com mastite clínica (MC) e 64% são provenientes de vacas com mastite subclínica (MS). As cepas isoladas de MS mostraram maior resistência a penicilina (53%), eritromicina (9%), tetraciclina (9%) e clindamicina (8%), além disso, todas as cepas resistentes a penicilina também se mostraram resistentes a pelo menos 5 dos 9 antibióticos testados, sendo consideradas cepas multirresistentes. O oposto aconteceu com as cepas isoladas de MC, essas foram mais sensíveis a maioria de antibióticos, como por exemplo oxacillina (97%), tetraciclina (97%), gentamicina (97%) e cloranfenicol (97%), tobramicina (94%) e cefoxitina (94%) e clindamicina (88%). Em conclusão, o estudo revela que as cepas S. aureus isoladas do leite de vacas com MS apresentam perfil de resistência antimicrobiana à múltiplos antibióticos, o que é motivo de preocupação para as fazendas, pois a MS não apresenta sinais visíveis no animal infectado ou no leite, apesar da presença de infecção, gerando um alerta sanitário tanto para a saúde do animal como a do consumidor do leite.

Palavras-chave:
 Staphylococcus aureus, gene nuc, mastite clínica, subclínica, resistência antimicrobiana


Agência de fomento:
UNICAMP